A vida de um repórter de rua: A profissão já teve mais glamour e incentivo. Em tempos de internet e informação que chega nas redações em tempo real, ela perdeu importância ou continua sendo fundamental para o jornalismo?
A vida de um repórter de rua já foi tema de livros e filmes, e desejada por muitos aspirantes a jornalistas. Mas hoje, em tempos de internet e informações que chegam em tempo real via celular, como está o ibope da profissão? Ok, a informação chega, mas quem vai até o local para averiguar, apurar e fotografar é que efetivamente tem a medida da verdade, certo? Mesmo em tempos de “avalanches” de informações, o repórter de rua segue sendo fundamental para o jornalismo.
O principal motivo é um só: assim como as informações chegam em tempo real nas redações, elas podem (e muitas vezes são) falsas, superficiais ou maquiadas. Com a internet, ficou muito fácil disseminar qualquer tipo de notícia, mesmo sem fundamento ou comprovação, certo? Há quem acredite, infelizmente, em tudo que lê. Mas quem entende um pouco mais sobre jornalismo sabe que, para uma notícia ser divulgada, é preciso que duas ou mais fontes sejam ouvidas, que ambos os lados de um fato estejam apurados e sejam colocados para que o posicionamento, se for o caso, venha do leitor.
Parece muito romântico para os dias de hoje? Talvez. Infelizmente, sabemos que muitos veículos, hoje, fazem essa escolha de “lado” na hora da própria apuração. Exemplos de notícias do mesmo fato contadas de formas diferentes estão por aí aos milhares, das páginas de jornais aos blogs na internet. Mas, de qualquer forma, não podemos deixar de acreditar que existe ainda um jornalismo imparcial, certo? Desacreditarmos totalmente da profissão do repórter de rua ou investigativo é nosso adeus definitivo à imparcialidade dos fatos.
O importante, aqui, é colocar a discussão sobre a importância do profissional e trazer à tona, novamente, a questão sobre o que é ou não notícia. Se o glamour da profissão não existe mais, o fato é que ela ainda é de uma importância extrema para que informações mais cruas e factuais cheguem à população. Sem aquele que efetivamente apura o fato, fica mais difícil desejar que voltemos a uma imparcialidade no jornalismo, não é mesmo?
Você concorda? É repórter de rua? Conta pra gente quais mudanças você sentiu nesses últimos tempos na sua profissão!