Está ainda mais difícil falar com a imprensa? O follow-up, nos últimos tempos, vem ganhando ares de artigo de luxo. Isso porque a pandemia levou boa parte das redações para home office e, também, tomou uma grande fatia da atenção dos jornalistas. Como lidar com essa nova realidade?
A pergunta é: até onde vale a pena seguir com o follow-up? Semanas e semanas de tentativa de contato via telefone, e-mails sem retorno e até mesmo grupos de whatsapp mais calados, digamos assim. Sim, a pandemia mexeu inclusive com o jeito de se fazer imprensa.
De certa forma, estamos todos como em “estado de guerra”: existe uma notícia maior que sempre vai tomar o lugar de qualquer uma que não agregue na situação do momento. E, com isso, tudo que não tenha a ver com isolamento social certamente ficará em segundo plano, especialmente no follow-up.
Como nossa função é estudar constantemente o mercado de comunicação para entender como ajudar nossos públicos: assessores e jornalistas, nós nos perguntamos se essa é uma realidade momentânea ou se ela veio modificar efetivamente o jeito de se fazer imprensa.
O que vemos é um aumento na demanda da imprensa em detrimento da “venda” de sugestões de pauta. Embora ainda valha a regra da exclusividade da informação, ou seja, o veículo sempre vai querer primeiro aquilo que sempre importa mais ao público dele. E, claro, é sempre bom lembrar que, em “estados de guerra”, muito parecidos com o que estamos vivendo agora, são ainda mais importantes as regras de etiqueta.
O que isso significa?
Ou seja, aproveitar realmente o follow-up, otimizar o tempo de todo mundo e focar em resultado. O follow-up segue sendo eficaz em tempos de pandemia? Nós acreditamos que sim, especialmente se ele tiver como diminuir o tempo entre a informação que realmente importa e a matéria que o jornalista precisa entregar.
Mas precisamos lembrar que até mesmo a forma de realizar entrevistas mudou. Áudio de Whatsapp e entrevistas por aplicativos de celular são cada vez mais frequentes. Inusitadas, mas frequentes. Quem estava acostumado a dar entrevistas ao vivo, por telefone, em estúdio, pode estranhar e até ficar com um certo gostinho de desapontamento. Mas é necessário se adaptar aos novos tempos. Em todos os sentidos.
A grande questão do follow-up continua sendo a mesma, no final das contas: não ligue sem necessidade, use-o mais para oferecer informações fundamentais e entender a real demanda do jornalista. Caso contrário, os outros meios podem ser mais eficazes e ajudam a manter o bom relacionamento com a imprensa.