Exclusividade: resultado da clássica batalha midiática, fincada nos princípios do furo de reportagem. Para assessores negociar uma pauta pode ser uma bela estratégia, mas as vezes pode ser um tiro no pé.
Como divulgar uma pauta maravilhosa, repleta de dados e cases interessantes, e garantir um relatório sensacional no final do mês? Será que negociar com exclusividade com uma matéria em um jornal ou outra mídia de grande circulação é sempre o melhor caminho ou um tiro no pé? Será que em tempos digitais essa estratégia ainda é a melhor das opções? Qual sua opinião?
Negociar uma pauta exclusiva era uma prática muito forte no mundo de assessoria de imprensa quando emplacar uma bela matéria em um jornal ou revista de grande circulação era quase a única alternativa de alcançar um grande número de leitores. Porém, em uma realidade que os jornalistas de redação são bombardeados com milhares de sugestões e não tem tempo para dar a devida atenção a assessores, será que vale a pena ficar insistindo numa exclusiva? A resposta, na nossa opinião, é que depende de alguns fatores. Veja:
- Quem é seu público – Se seu público é jovem, esqueça veículos impressos. Papel já era nesse caso. É triste, mas é real. Invista numa negociação com algum site com muitos acessos, principalmente com participação bem ativa em redes sociais. Agora se você precisa divulgar dados econômicos que interessam para empresários, por exemplo, emplacar uma exclusiva é o resultado dos sonhos!
- Qual seu timing – Negociar uma exclusiva pode ser algo rápido porque o repórter gostou da pauta logo de cara, porque você ligou na hora certa em que estavam precisando de uma bela pauta ou porque é seu dia de sorte (sim, pode acontecer rs). Porém, muitas vezes, o retorno se a pauta exclusiva interessa pode demorar para aparecer e ainda receber um “não” como resposta. E aí começa toda uma nova negociação e, assim por diante, até alguém topar a exclusiva. Ou o futuro da pauta fica um tempo indefinido.
- Que perfil tem seu cliente – Há clientes que preferem um relatório repleto de muitas matérias em toda a imprensa do que uma maravilhosa capa de revista! Sim, para um assessor essa visão pode ser frustrante, mas é bem real. Quem nunca ouviu “A matéria está linda, mas só saiu em poucos lugares além desse”? Nesse caso, é melhor esquecer a ideia de exclusiva, pois, dependendo do assunto, quando uma pauta sai na grande imprensa, depois só veículos pequenos topam repercuti-la.
- O quanto você quer arriscar – Pois é. Uma exclusiva é uma aposta e tem seus riscos. Pode ser que uma mídia diga que adorou a pauta e diga que vai usar seus dados. Seu cliente dá entrevista, você apura informações complementares, procura personagens, agenda sessão de fotos etc. A expectativa do cliente fica imensa, todos ansiosos para ver como ficou. E sabe o que pode acontecer? Tomara que você nunca passe por isso, mas por aqui já vimos de tudo em exclusivas: o que era uma matéria grande vira uma simples nota, outros entrevistados terem mais destaques que o seu (que era o principal!), sair só uma pequena matéria no online e nada no impresso ou, o pior de todos os cenários, a matéria cair e sua pauta morrer na praia.
Enfim, pautas exclusivas precisam ser colocadas na balança para ver caso a caso se a estratégia vale a pena. Hoje em dia há tantas opções de fazer uma pauta repercutir bastante que as vezes existem tiros mais certeiros e menos sofridos. Estamos na era da criatividade a mil, de blogueiros, de redes sociais e de maravilhosas ferramentas de disparo de releases capazes de nos levar pautas a publicações inesperadas. Nós aqui no Press Manager não somos contra negociações exclusivas, ok? Pelo contrário, adoramos quando vemos o resultado de nossos colegas assessores estampado na capa de um jornal tradicional impresso ou mesmo no Jornal Nacional! Mas queremos deixar claro que há outros caminhos! Concorda?