Qual é o preço do seu trabalho como assessor e conteudista?

Muitos profissionais autônomos e freelas estimam seu valor pelas horas que dedicarão para fazer determinado trabalho e pelo potencial de cada cliente. Outros se prendem a tabelas de preços de sindicatos e são mais inflexíveis nas negociações. Como você faz?

As pequenas agências de comunicação estão, cada vez mais, dominando o mercado. Isso é fato. São empresas constituídas de um único profissional, geralmente em sistema home office, e esse movimento vem inclusive preocupando “as grandes”. Seria a evolução do antigo freela, que antes era visto com um quebra galho ou algo temporário?

Mas aqui, cá entre nós, você sabe porque isso vem ocorrendo? O motivo é simples: as empresas cada vez mais buscam serviços de comunicação por um fee mensal mais enxuto. A estrutura das grandes agências as vezes é mais onerosa do que uma pequena e média empresa tem de budget para contratar um serviço de comunicação. E tem mais um detalhe: muitos clientes já perceberam que o que faz a diferença hoje em dia nos resultados de comunicação são os profissionais envolvidos e não apenas a estrutura e a grife por trás das pessoas!

Com isso, profissionais freelas se tornaram empreendedores, muitos são MEI e pagam menos impostos, não tem custo fixo alto, o que permite, ainda mais, fazer ofertas de serviços mais vantajosas. E, dentro desse novo cenário de mercado, ganha asas um novo desafio: como precificar um serviço de assessoria de imprensa ou a produção de um conteúdo digital? Alguns acreditam que o caminho é se basear nas tabelas do Sindicato de Jornalistas, porém, nem todos os clientes tem cacife para pagar o que está ali.

O preço!

Diante desse impasse, para não perder a oportunidade de fechar bons trabalhos, talvez a melhor saída seja pensar friamente se o que interessa para você, pequeno empreendedor, é ter um grande volume de trabalho ou ter uma certa quantidade de clientes fixos por mês. Se for um trabalho pontual o valor cobrado tende a ser um pouco mais alto (e as empresas sabem disso). Se for um trabalho com contrato, tudo certinho, e que pode render outros Jobs e, assim, transformar o cliente ocasional em fixo, vale a pena fazer por valor mais camarada. É como se diz por aí: é melhor “pingar” sempre um pouco do que uma única vez.

Em paralelo, vale também analisar friamente quanto tempo você gastaria para fazer tal trabalho. Cada conteúdo, por exemplo, é diferente. Se for um assunto que você domina e faz rapidinho, dá para cobrar menos. Se for uma pauta que você precisa pesquisar muito, tem uma linguagem técnica, precisa de entrevistas longas, reuniões presenciais etc, não faz sentido precificar da mesma forma que aquele que você faz com o pé nas costas, não é mesmo? A regra de ouro em conteúdo, principalmente, é o famoso bom senso. Ah, é essencial considerar também o tamanho do texto (quantas laudas).

Já em assessoria de imprensa, o ideal é fazer um cálculo de quantos releases/artigos/conteúdos serão inclusos no planejamento de comunicação mensal + quantas horas de follow up você terá que fazer. Aqui pode ser uma boa considerar se o tipo de pauta do cliente é aquele que todo jornalista ama ou se vão ser necessárias muitas horas diárias de telefone e longas negociações com jornalistas de redação. Sim, isso faz diferença!

Para fechar, vai uma dica bem importante: troque ideias com colegas da área que você tem mais contato e estabeleça parcerias. É importante averiguar a média cobrada pelo mercado para o tipo de trabalho que você precisa orçar. Valorizar sua expertise é preciso, mas de nada adianta colocar um valor muito elevado e ficar perdendo Jobs.

E vamos em frente! Viva o empreendedorismo e a independência financeira. Tem oportunidades para todos no universo do jornalismo. Temos que agradecer que a área de comunicação permite que todos se adequem e trabalhem por conta própria. Em tempos de desemprego em alta, isso é um luxo. Concordam?